Uma parceria entre Ministério da Justiça e Segurança Pública e Meta fará com que pessoas que usam o Facebook e o Instagram possam ter papel-chave na localização de crianças desaparecidas no Brasil. Os Amber Alerts enviam avisos para os usuários das plataformas com informações como fotos e descrição das roupas com que crianças foram vistas pela última vez para ajudar o público a encontrá-las.
Já presente em mais de 30 países, o sistema estará disponível inicialmente em três unidades da Federação – Ceará, Distrito Federal e Minas Gerais – e, gradualmente, será expandido para todo o país. Os alertas são focados em casos que atendem critérios determinados, envolvendo desaparecimentos de menores de 18 anos em que autoridades policiais acreditam que o desaparecimento ocorreu em circunstâncias suspeitas e existem riscos de morte ou lesão corporal.
A ativação do sistema costuma ocorrer minutos ou horas depois que a criança foi vista pela última vez. Os avisos aparecem nos feeds do Facebook e do Instagram para pessoas que estão em um raio de 160 km de onde a criança foi vista pela última vez. As pessoas podem compartilhar o alerta com amigos para disseminar as informações ainda mais, estimulando a ajuda das suas comunidades.
Dados do Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), do Conselho Nacional do Ministério Público, dão ideia da relevância desse tipo de ferramenta no Brasil. Mais de um terço dos desaparecidos no país corresponde a crianças e adolescentes de até 17 anos, de um total de 93,8 mil desaparecidos.
Durante o lançamento, o ministro da Justiça, Flávio Dino, reforçou que a iniciativa integra esforços para garantir mais rapidez aos fluxos de informação sobre o tema.
“O objetivo é propiciar que muito rapidamente, nas proximidades de onde houve o desaparecimento da criança ou adolescente, haja a circulação quase em tempo real já que as delegacias vão reportar ao Laboratório de Operações Cibernéticas que vai fazer a postagem”, explicou Dino.
O ministro participou do lançamento do projeto em Brasília ao lado do Secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, e da diretora global de Responsabilidade e Segurança da Meta, Emily Vacher.
A ferramenta , que teve origem nos Estados Unidos, foi batizada em homenagem a Amber Hagerman, uma menina que foi sequestrada e posteriormente encontrada assassinada em 1996. Desde o lançamento dos Amber Alerts no Facebook, em 2015, o sistema ajudou a solucionar centenas de casos nos Estados Unidos, no Canadá e em outros lugares. Um deles ocorreu em janeiro de 2018, quando uma criança de 5 meses foi sequestrada no Missouri (EUA). O Amber Alert do Facebook teve 46 mil compartilhamentos e foi visto mais de 2 milhões de vezes. Uma pessoa que recebeu o aviso no Facebook viu o veículo do sequestrador e entrou em contato com as autoridades policiais. A criança foi encontrada apenas 43 minutos depois de o sistema ter sido ativado.
“Estamos orgulhosos da parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para oferecer os Amber Alerts para ajudar crianças e famílias brasileiras. Quando uma criança desaparece, a coisa mais valiosa que podemos fazer é divulgar informações para o público o mais rápido possível. Levando as informações certas às pessoas certas, no momento certo, por meio dos Alertas Amber no Facebook e no Instagram, esperamos que as crianças desaparecidas sejam localizadas mais rapidamente e retornem a suas famílias“, explica Vacher.
Ao longo dos últimos meses, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Meta dialogaram com polícias dos estados selecionados para o lançamento da ferramenta no Brasil para assegurar que as equipes locais estivessem treinadas para usar o sistema. A partir de agora, quando autoridades identificarem desaparecimentos que atendam aos critérios estabelecidos, elas vão informar o desaparecimento ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que enviará o alerta à Meta. A Meta, então, ativará o alerta o mais rápido possível. Os avisos permanecem ativos no Facebook e no Instagram por 24 horas ou até que as autoridades o cancelem.
Clique aqui para conferir em um infográfico como funcionam os Amber Alerts Brasil.