Meta

Medidas para combater o crime organizado por trás de centrais de golpes

Conclusões

  • Somente neste ano, removemos mais de dois milhões de contas vinculadas a centrais de golpes em Myanmar, Laos, Camboja, Emirados Árabes Unidos e Filipinas.
  • Estamos investigando organizações criminosas que estão por trás dos golpes financeiros, que têm como alvo pessoas de todo o mundo abordadas por meio de mensagens, encontros, mídias sociais, criptomoedas e outros aplicativos, com o objetivo de convencê-las a “investir” sob falsos pretextos.
  • Atuamos em  parceria com as autoridades policiais e nossos pares da indústria  para compartilhar percepções e trabalharmos juntos para desarticular operações de golpes.

Todos os dias, criminosos têm como alvo pessoas de todo o mundo, se utilizando de meios como mensagens de texto, aplicativos de namoro, mídias sociais e e-mails para armar conhecidos esquemas financeiros que têm como objetivo enganá-las para que façam investimentos fraudulentos. Hoje, pela primeira vez, estamos compartilhando nossos esforços para combater organizações criminosas transnacionais por trás de esquemas de golpe que se utilizam de trabalho forçado, à luz de nossas políticas de segurança e Organizações e Indivíduos Perigosos (DOI). Esperamos que, ao compartilharmos nossas percepções, possamos contribuir com as defesas do nosso setor para que ajudemos coletivamente a proteger as pessoas de golpistas criminosos.

O que é o golpe financeiro do “Abate do Porco”?

Um dos esquemas de fraude mais notórios e sofisticados, os golpes financeiros também conhecidos como “abate do porco” consistem em criar uma relação pessoal de confiança on-line com uma pessoa apenas para manipulá-la a depositar cada vez mais dinheiro em um esquema de investimento, geralmente usando criptomoedas, para, em seguida, fazê-la perder esse dinheiro. 

Quem está por trás destes golpes financeiros? 

Durante a pandemia da COVID-19, as centrais de golpes administradas pelo crime organizado surgiram na região da Ásia-Pacífico como uma das principais redes de golpes financeiros de “abate do porco” e outras atividades fraudulentas com alvo em pessoas em todo o mundo. Esses núcleos de golpes criminosos atraem pessoas que buscam emprego, muitas vezes desavisadas, com ofertas muito boas para serem reais em fóruns e plataformas de recrutamento locais, para depois forçá-las a trabalhar como golpistas on-line, muitas vezes sob a ameaça de abuso físico.

A escala e a sofisticação dessa ameaça são sem precedentes, com o Instituto da Paz dos EUA estimando que até 300 mil pessoas são forçadas a aplicar golpes em todo o mundo por meio desses grupos criminosos anualmente, com cerca de US$ 64 bilhões roubados globalmente até o final de 2023. 

Nos últimos dois anos, nossas equipes têm se concentrado em investigar e desarticular as atividades das centrais de golpes criminosos no Sudeste Asiático. Embora nosso foco inicial tenham sido os centros de fraudes no Camboja, trabalhamos desde então para monitorar a expansão desses grupos, à medida que começaram a aparecer em lugares como Laos, Mianmar e, mais recentemente, nos Emirados Árabes Unidos. Desde o início, nos envolvemos ativamente com ONGs especializadas e autoridades policiais parceiras nos EUA e no Sudeste Asiático para entender melhor o modus operandi desses grupos criminosos, inclusive em locais como Sihanoukville, no Camboja, considerado um foco de golpes ligados ao crime organizado chinês. 

Como esses golpes funcionam

Os grupos criminosos forçam seus trabalhadores que aplicam golpes a se envolverem em uma ampla gama de atividades mal-intencionadas  desde golpes com criptomoedas e de investimento (por exemplo, o golpe do “abate do porco”), até se passando pelo governo e outros tipos de falsificação de identidade, jogos de azar e empréstimos. Em muitos serviços de Internet e telecomunicações, os criminosos criam personas enganosas, muitas vezes fingindo ser pessoas solteiras e atraentes ou se passando por representantes de órgãos governamentais ou figuras públicas e empresas confiáveis.

Concluímos que grande parte da atividade das centrais de golpes é criteriosamente planejada por organizações criminosas para ampliar suas operações. Isso inclui alguns golpistas de trabalho forçado que se concentram em lançar uma ampla rede on-line (geralmente através de meios automatizados) com a estratégia de “atirar para todos os lados”, contatando um grande número de pessoas por mensagem de texto ou on-line com um apelo relativamente genérico na esperança de que algumas delas respondam. Se responderem, outro grupo de golpistas se concentra em tentativas de engenharia social mais personalizadas para estabelecer confiança e convencer os possíveis alvos a enviar dinheiro e investir. 

Esses golpes podem ser iniciados em aplicativos de namoro, mensagens de texto ou e-mail, mídias sociais ou aplicativos de mensagens e, por fim, migram para contas controladas por golpistas em aplicativos de criptomoedas ou em seus próprios sites disfarçados de plataformas de investimento. 

Como é típico dos esquemas financeiros, o alvo pode ser autorizado a sacar pequenas quantias de dinheiro para gerar confiança, mas assim que ele começa a pedir seu “investimento” de volta ou se torna claro que ele não tem mais recursos para enviar, os golpistas estrangeiros geralmente desaparecem com todo o dinheiro.

Nossa abordagem para combater as centrais de golpe

Nos últimos dois anos, construímos equipes e sistemas para ajudar a identificar e combater esses focos de golpes globalmente, de acordo com nossas políticas de DOI e segurança. Além disso, estabelecemos parcerias fundamentais em toda a nossa empresa e com os principais parceiros externos para garantir que estamos adotando uma abordagem holística para defender as pessoas contra a grande variedade de golpes que esses grupos tentam aplicar on-line e off-line. Aqui estão alguns detalhes:

Política de Organizações e Indivíduos Perigosos

Para combater essas centrais de golpes em todo o mundo, contamos com nossas políticas de DOI, que são o conjunto de medidas mais eficaz e adequado para desarticular o crime organizado. Usando nossa experiência interna no assunto e percepções de stakeholders externos, estamos continuamente investigando e analisando as organizações criminosas envolvidas nessa atividade para que sejam identificadas. Uma vez designadas como DOIs, as entidades são banidas de nossa plataforma e sujeitas a uma ampla gama de medidas.

Aplicação de medidas na plataforma

Nossas equipes de investigação monitoram esses DOIs identificados por tentativas de burlar nossa fiscalização. Isso inclui a busca por novas centrais de golpes em todo o mundo e a interrupção contínua de suas operações. Somente neste ano, derrubamos mais de dois milhões de contas associadas à centrais de golpes no Camboja, em Mianmar, no Laos, nos Emirados Árabes Unidos e nas Filipinas. Também continuamos a atualizar os sinais comportamentais e técnicos associados a esses centros para nos ajudar a adequar a detecção automatizada e bloquear a infraestrutura maliciosa e as tentativas reincidentes.

Trabalhando com terceiros para combater e deter essa ameaça

Sabemos que essas organizações criminosas são extremamente persistentes e têm recursos suficientes para desenvolver suas táticas e evitar a detecção, inclusive pelas autoridades policiais. Temos visto que elas operam além das fronteiras, com pouca resistência e em muitas plataformas da Internet, em uma tentativa de garantir que qualquer empresa ou país tenha apenas uma visão limitada do quadro completo das operações fraudulentas. Isso torna a colaboração entre os setores e países ainda mais essencial.

Autoridades policiais

Como parte de nossos esforços de desarticulação de ameaças, estamos trabalhando com autoridades policiais em todo o mundo para compartilhar nossas percepções sobre como esse setor criminoso opera e para ajudá-las a proteger as comunidades contra esses golpes. 

“A Polícia Real Tailandesa tem trabalhado com a Meta para desarticular centros de fraudes criminosas por mais de dois anos. Conseguimos compartilhar informações para que eles possam investigar e tomar medidas contra os criminosos e nos ajudar a responsabilizar os esquemas criminosos por trás dessas centrais de golpes.”

— Major General de Polícia Teeradej Thumsutee, Comandante da Divisão de Investigação do Departamento de Polícia Metropolitana, Polícia Real da Tailândia

Parceiros da indústria

Quando possível, trabalhamos para compartilhar informações sobre ameaças com nossos pares da indústria, que se concentram em impedir que consórcios criminosos atinjam pessoas em nossas respectivas plataformas. Por exemplo, recentemente, nossa equipe interrompeu uma atividade mal-intencionada que aparentava se originar de um complexo de golpes recém-criado no Camboja, tentando atingir pessoas nos idiomas japonês e chinês. Começamos a investigar essa atividade com base em informações compartilhadas conosco por nossos colegas da OpenAI, que detectaram e interromperam os esforços dos envolvidos na utilização de suas ferramentas para gerar e traduzir o conteúdo dos golpistas. Também compartilhamos informações de ameaças relacionadas às centrais de golpes que interrompemos para possibilitar outras investigações em toda a Internet.

Além disso, na semana passada, como parte da Tech Against Scams Coalition, organizamos uma Coalizão sobre Combate a Consórcios de Fraudes Criminosas Online. O evento contou com a participação de autoridades policiais internacionais, funcionários do governo, ONGs e empresas de tecnologia que se reuniram para discutir maneiras de avançar ainda mais no combate a essa ameaça transnacional. A Coalizão inclui empresas de aplicativos de namoro e mídia social, instituições financeiras e plataformas de criptografia, como Coinbase, Ripple, Meta e Match Group, a empresa controladora do Tinder e do Hinge.

Desenvolvendo proteções para os produtos e promovendo a conscientização sobre golpes

Além de desarticular as centrais de golpes, as equipes da Meta estão constantemente lançando novos recursos para ajudar a proteger as pessoas em nossos aplicativos contra táticas de golpes em escala já conhecidas. Por exemplo, mostraremos um aviso nas mensagens diretas do Messenger e do Instagram, lembrando as pessoas de que devem ficar atentas a interações potencialmente suspeitas ou a uma abordagem não solicitada de alguém que não conhecem, para que possam analisar com calma antes de aceitar a solicitação de mensagem. No WhatsApp, se você for adicionado a um bate-papo em grupo por alguém que não conhece, agora verá um card com contexto adicional sobre o grupo. Ele mostrará quem adicionou você, há quanto tempo o grupo foi criado e quem o criou, para que você tenha mais informações sobre esse contato.

Como parte de nossas atualizações contínuas sobre o trabalho da Meta para proteger as pessoas contra golpistas, continuaremos compartilhando atualizações regulares sobre nosso trabalho de combate a golpes de forma mais ampla, incluindo dicas de segurança e atualizações de produtos lançadas em nossos aplicativos, com mais informações a seguir nas próximas semanas.