Hoje, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, testemunhou frente ao Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos ao lado de colegas do setor. A audiência focou em um dos maiores desafios da indústria da tecnologia, que é manter as crianças seguras na internet. A Meta passou mais de uma década trabalhando nessas questões e desenvolveu mais de 30 ferramentas, recursos e funcionalidades para apoiar os adolescentes e seus responsáveis. Temos cerca de 40.000 profissionais que trabalham em áreas ligadas à segurança, e investimos mais de 20 bilhões de dólares desde 2016, 5 bilhões só no ano passado.
A exploração infantil é um crime horrível e os predadores na internet são criminosos determinados. Continuaremos a trabalhar de forma diligente para combater esse comportamento abominável, dentro e fora das nossas plataformas, e para apoiar as autoridades nos seus esforços para prender e processar quem está por trás desses crimes. No testemunho abaixo, apresentado ao Comitê, Mark forneceu uma visão geral do investimento de longa data da Meta não só para ajudar a manter os jovens seguros em seus serviços, mas também no desenvolvimento e no compartilhamento de tecnologia para ajudar a proteger os jovens através dos muitos aplicativos e sites que utilizam.
Mark também reforçou o apoio da Meta à legislação federal que apoia os jovens e capacita os responsáveis online. Especificamente, apoiamos a legislação federal que exige que as lojas de aplicativos solicitem a aprovação dos pais sempre que seus adolescentes menores de 16 anos baixem aplicativos. Dessa forma, os responsáveis podem supervisionar e aprovar as atividades dos seus filhos adolescentes na internet em um só lugar e podem ajudar a garantir que eles não acessem conteúdos ou aplicativos adultos, ou aplicativos que eles simplesmente não querem que sejam utilizados.
Na audiência de hoje, Mark afirmou:
“Não acho que os responsáveis devam fazer o upload de um documento de identidade ou provar que são pais em todos os aplicativos utilizados por seus filhos. Acho que o lugar certo para fazer isso, e um lugar onde seria muito fácil fazer isso, seria na própria App Store. Meu entendimento é que a Apple e o Google, ou pelo menos a Apple, exigem o consentimento dos pais quando uma criança [realiza] um pagamento no aplicativo, então, deveria ser trivial a aprovação de uma lei que exija que eles façam isso para que os responsáveis tenham controle no momento em que uma criança baixa um aplicativo. A investigação que fizemos mostra que a grande maioria dos pais quer isso, e esse é o tipo de legislação (…) que tornaria tudo muito mais fácil para os responsáveis.”
Mark teve empatia com as famílias presentes, dizendo:
“Sinto muito por tudo que vocês viveram. Ninguém deveria passar pelas coisas que suas famílias sofreram, e é por isso que investimos tanto e que continuaremos a ter iniciativas líderes na indústria para garantir que ninguém tenha que passar pelo queque suas famílias sofreram.”
Estas são questões complexas, mas estamos otimistas de que podemos continuar a colaborar com os legisladores e com os nossos pares da indústria para ajudar a criar experiências seguras e positivas para os jovens na internet. Este trabalho nunca termina, mas sempre foi — e continuará a ser — a nossa prioridade.
AUDIÊNCIA FRENTE AO SENADO DOS ESTADOS UNIDOS
COMISSÃO DO JUDICIÁRIO
31 de janeiro de 2024
Testemunho de Mark Zuckerberg
Fundador e CEO da Meta
I. Introdução
Presidente Durbin, Membro Integrante Graham e membros do Comitê:
Todos os dias, adolescentes e jovens acessam a Internet para se manterem conectados com amigos e familiares, encontrar comunidades e buscar apoio. Os adolescentes fazem coisas incríveis em nossos serviços. Eles usam nossos aplicativos para se sentirem mais conectados, informados e entretidos, bem como para se expressar, criar e explorar seus interesses. No geral, os adolescentes nos dizem que esta é uma parte positiva das suas vidas. Mas alguns ainda enfrentam desafios online e trabalhamos arduamente para fornecer apoio e controles para reduzir potenciais danos.
Ser pai é um dos trabalhos mais difíceis do mundo. A tecnologia nos dá novas formas de nos comunicarmos com nossos filhos e nos conectar às suas vidas, mas pode tornar a sua criação ainda mais complicada. É importante para mim que nossos serviços sejam positivos para todos os usuários. Estamos focados em construir controles para ajudar os pais a navegar na realidade de criar filhos hoje, incluindo ferramentas que permitam que eles estejam mais envolvidos nas decisões de seus filhos.
Queremos que os adolescentes tenham experiências seguras e adequadas à idade em nossos aplicativos, e queremos ajudar os pais a gerenciar essas experiências. Por isso, nos últimos 8 anos, lançamos mais de 30 ferramentas e recursos para ajudar os pais e os adolescentes. Isso inclui controles que permitem que os pais definam limites para quando e por quanto tempo um adolescente pode usar nossos serviços, veja quem ele está seguindo e saiba se ele denunciou alguém que pode estar o intimidando. Para os adolescentes, essas ferramentas incluem lembretes para alertá-los quando estiverem usando o Instagram por um longo período ou quando já é tarde e podem querer dormir, além da capacidade de ocultar palavras, tópicos ou pessoas de sua experiência sem que elas saibam.
Com tanto tempo da vida dos nossos filhos sendo gasto em dispositivos e nas redes sociais, é importante questionar e refletir sobre os seus efeitos nos adolescentes, especialmente em relação à saúde mental e bem-estar. Esta é uma questão crítica, que levamos muito a sério. A saúde mental é um assunto complexo, e a literatura científica atual não demonstrou uma relação consequente entre o uso das redes sociais e piores resultados de saúde mental em jovens. Um relatório recente da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos avaliou resultados de mais de 300 estudos e concluiu que a pesquisa “não corroborou a conclusão de que as redes sociais causam mudanças na saúde mental de jovens em nível populacional”. O estudo também sugeriu que as redes sociais podem fornecer benefícios positivos e significativos quando os jovens as utilizam para se expressar, explorar e se conectar com outras pessoas. Continuaremos a monitorar a pesquisa nesta área e permaneceremos vigilantes contra quaisquer riscos potenciais.
Manter os jovens seguros online tem sido um desafio desde o início da internet. À medida que as ameaças dos criminosos evoluem, precisamos desenvolver as nossas defesas. Trabalhamos em estreita colaboração com as autoridades policiais para encontrar e deter pessoas mal-intencionadas. Ainda assim, não importa o quanto investimos ou quão eficazes sejam as nossas ferramentas, este é um espaço adverso. Sempre há mais para aprender e mais melhorias a serem feitas. Permanecemos à disposição para trabalhar com membros deste Comitê, com a indústria e os responsáveis para fortalecer os nossos serviços e tornar a internet mais segura para todos.
Estou orgulhoso do trabalho que nossas equipes fizeram para melhorar a segurança das crianças não apenas em nossos serviços, mas em toda a internet. Temos cerca de 40.000 profissionais trabalhando em áreas ligadas à segurança, e investimos mais de 20 bilhões de dólares desde 2016, incluindo cerca de US$5 bilhões apenas no último ano. Criamos e compartilhamos ferramentas para remover conteúdo impróprio na internet e analisamos uma ampla variedade de sinais para detectar comportamentos problemáticos. Vamos além das exigências legais e utilizamos uma tecnologia sofisticada para buscar proativamente por materiais abusivos, e, como resultado, localizamos e denunciamos mais conteúdo impróprio do que qualquer outro na indústria. Como o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC) disse nesta semana, a Meta “vai além para garantir que não existam partes de sua rede onde esse tipo de atividade ocorra”.
Espero que possamos ter uma discussão relevante que gere melhorias em toda a indústria, incluindo uma nova legislação que atenda ao que os responsáveis mais desejam: um sistema claro de verificação de idade e controle parental sobre quais aplicativos seus filhos estão utilizando. Por exemplo, 3 em cada 4 pais são a favor da introdução da verificação de idade em lojas de aplicativos, e 4 em cada 5 pais querem uma legislação que exija que as lojas de aplicativos requisitem a aprovação parental sempre que adolescentes baixem aplicativos. Apoiamos isso. Os responsáveis por adolescentes menores de 16 anos devem ter a palavra final sobre quais aplicativos são apropriados para os seus filhos, e essa abordagem pode alavancar o sistema de aprovação parental para compras que as lojas de aplicativos já oferecem hoje, portanto, não haveria a necessidade do compartilhamento de documentos ou outras informações pessoais de pais e adolescentes com cada um dos milhares de aplicativos existentes. Também somos a favor de definir padrões da indústria para conteúdos adequados às idades e da limitação de avisos de publicidades voltadas somente à idade e localização de adolescentes, e não aos seus comportamentos. Estamos prontos para trabalhar com qualquer membro deste Comitê que deseje discutir uma legislação voltada para essas áreas e com qualquer um dos nossos colegas do setor para ajudar a levar isso adiante.
II. Nosso Trabalho
O bem-estar dos adolescentes e a segurança das crianças são de extrema importância para nós. Temos muitas equipes dedicadas a essas questões e somos líderes da indústria em muitas das áreas que estamos aqui para discutir.
Criamos mais de 30 ferramentas e recursos para ajudar a proteger os jovens e dar aos responsáveis a supervisão e o controle de como os adolescentes estão utilizando os nossos serviços, incluindo:
- Ferramentas de supervisão parental, que permitem que adolescentes e seus responsáveis gerenciem o tempo de uso, além de limitar o tempo total gasto por dia em nossas plataformas, como Instagram, Facebook, Messenger, Quest e Horizon. Isso permite programar pausas que bloqueiam o acesso durante horários específicos, como durante o período da escola ou na hora do jantar. Vale ressaltar que, nos Estados Unidos, mais de 90% dos adolescentes ainda utilizam os limites diários mesmo 30 depois da adoção inicial.
- Notificações de “Fazer uma Pausa”, que mostram lembretes na tela inteira para sair do Instagram.
- Sugerimos aos adolescentes a função “Modo Silencioso”, que desativa as notificações e respostas automáticas em mensagens no Instagram por um determinado período da noite.
- O Instagram envia avisos sugerindo uma mudança de foco, caso o adolescente fique muito tempo visualizando o mesmo conteúdo, ou lembrando que talvez seja hora de fechar o aplicativo por conta do horário.
- Tecnologia de verificação de idade no Instagram para confirmar quando um adolescente altera a sua data de aniversário de menor para maior de 18 anos.
Também oferecemos proteção especial para as contas dos jovens:
- As contas de menores de 16 anos (ou menores de 18 anos, em determinados países) são consideradas privadas por padrão, para que os adolescentes possam controlar quem vê ou responde aos seus conteúdos.
- Essas contas são padronizadas com configurações de conteúdo e recomendações mais restritivas, para tornar mais difícil de encontrar conteúdos ou contas com conteúdos sensíveis. 99% dos adolescentes em todo o mundo e nos Estados Unidos não mudaram esse padrão e ainda utilizam essa configuração mesmo após um ano.
- Anunciamos recentemente medidas adicionais para ajudar a proteger os adolescentes de contatos indesejados, desativando, por padrão, a capacidade de receber DMs de qualquer pessoa que eles não sigam ou com quem não estejam conectados no Instagram, incluindo outros adolescentes.
- Pedimos aos adolescentes que revisem e restrinjam as suas configurações de privacidade.
- Oferecemos a opção de ocultar o número de curtidas, para que as pessoas não precisem mostrar a quantidade de curtidas em suas próprias postagens ou ver curtidas nas postagens de outros.
Além dessas proteções específicas para adolescentes, ocultamos resultados de pesquisas de termos relacionados a suicídio, automutilação e transtornos alimentares, oferecendo, em troca, o acesso a fontes confiáveis para todos no Instagram.
Os pais e responsáveis sabem o que é melhor para os seus filhos, e, por isso também facilitamos o envolvimento deles nas experiências dos adolescentes na internet com ferramentas de supervisão e recursos apoiados por especialistas:
- Os pais podem decidir quando e por quanto tempo seus filhos adolescentes utilizam o Instagram, ver quem eles estão seguindo e receber denúncias quando bloqueiam alguém ou denunciam algo.
- No Facebook, os pais podem ver informações como o tempo gasto, agendar intervalos para os filhos adolescentes e acessar conteúdos de especialistas sobre como gerenciar o tempo dos seus filhos online.
- Mais de 90% dos responsáveis e adolescentes nos Estados Unidos que escolhem experiências de supervisão no Facebook ou Instagram ainda utilizam os recursos mesmo após 30 dias da adoção inicial.
- Implementamos ferramentas semelhantes de supervisão parental em nossos aplicativos.
Construímos ferramentas e políticas especificamente para ajudar os jovens a gerir as interações com os adultos:
- Conforme observado acima, desativamos, por padrão, a opção dos adolescentes de receber mensagens de qualquer pessoa que eles não sigam ou que não estejam conectados no Instagram. Se um adolescente já estiver conectado com um adulto potencialmente suspeito, enviaremos ao adolescente um aviso de segurança.
- Restringimos que adultos com mais de 19 anos possam enviar mensagens a adolescentes que não os seguem e limitamos o tipo e o número de DMs que as pessoas podem enviar a alguém que não as segue a uma única mensagem.
- Utilizamos avisos ou mensagens de segurança para incentivar os adolescentes a serem cautelosos nas conversas com adultos com os quais já estejam conectados e damos a eles a opção de encerrar a conversa ou bloquear, denunciar ou restringir o adulto.
- Tornamos mais fácil a denúncia de conteúdos com uma nova opção dedicada para priorizar uma denúncia caso ela “envolva uma criança” no Facebook e Instagram.
Construímos tecnologias especificamente para ajudar a enfrentar alguns dos riscos mais graves na internet e dividimos nossos esforços para ajudar toda a nossa indústria a melhorar:
- Construímos a tecnologia por trás da Coalizão Lanterna, o único programa que permite que os aplicativos compartilhem dados sobre pessoas que violam as regras de segurança infantil.
- Somos os membros fundadores do Take It Down, um serviço que permite que os jovens impeçam que as suas imagens íntimas sejam divulgadas na internet. Esta é uma ferramenta importante que um adolescente pode usar para se proteger contra ameaças de sextorsão.
- Em 2020, nos unimos ao Google, à Microsoft e com outras 15 empresas integrantes da Technology Coalition para lançar o Projeto Protect, um plano para combater o abuso sexual infantil online.
- Trabalhamos em estreita colaboração com consultores e profissionais de segurança, bem como organizações sem fins lucrativos e ONGs de segurança online para combater a exploração sexual infantil e dar apoio às vítimas.
- Firmamos parcerias com organizações de segurança infantil e pesquisadores acadêmicos para concluir pesquisas sobre segurança infantil que ajudaram a impulsionar o setor. Por exemplo, estabelecemos recentemente uma parceria com o Center for Open Science num programa piloto para compartilhar dados, mantendo a privacidade de usuários, para um estudo sobre bem-estar.
Também trabalhamos para encontrar, remover e denunciar materiais de abuso sexual infantil e desmantelar as redes de criminosos por trás deles:
- Desenvolvemos uma tecnologia que identifica adultos potencialmente suspeitos, analisando mais de 60 sinais para encontrar e restringir proativamente possíveis predadores. Implementamos aprendizado de máquina para detectar contas envolvidas em determinados padrões de comportamento suspeitos de forma proativa, analisando dezenas de combinações de metadados e sinais públicos, por exemplo, caso um adolescente bloqueie ou denuncie um adulto.
- Quando identificamos essas contas, limitamos as suas capacidades de encontrar, seguir ou interagir com adolescentes ou entre si, e as removemos automaticamente caso apresentem vários desses sinais.
- Conforme exigido pela lei, denunciamos todos os casos aparentes de exploração infantil identificados no nosso site, em qualquer lugar do mundo, ao NCMEC, que coordena com as autoridades responsáveis pela aplicação da lei de todo o mundo.
- Respondemos às solicitações legítimas de autoridades com pedidos de dados, incluindo endereços de e-mail e números de telefone e dados de tráfego, como endereços de IP, que podem ser utilizados em investigações criminais. Fornecemos diretrizes operacionais para autoridades policiais que buscam registros do Facebook ou do Instagram.
- Entre 2020 e 2023, as nossas equipes interromperam 37 redes abusivas e removeram quase 200.000 contas associadas a essas redes.
- No terceiro trimestre de 2023, removemos 16,9 milhões de peças de conteúdo de exploração sexual infantil no Facebook e 1,6 milhão de peças no Instagram.
- No terceiro trimestre de 2023, dos conteúdos de exploração sexual infantil que agimos, detectamos 99% no Facebook e 96% no Instagram antes de serem denunciados pelos nossos usuários.
III. Nosso Compromisso
Desejamos que todos que utilizam dos nossos serviços tenham experiências seguras, positivas e adequadas às suas idades. É com este objetivo em mente que abordamos todo o nosso trabalho em segurança infantil e para a saúde mental de adolescentes. Integramos controles abrangentes aos nossos serviços, trabalhamos com pais, especialistas e adolescentes para saber das suas opiniões e interagimos com o Congresso para saber o que mais precisa ser feito.
Estamos comprometidos em proteger os jovens de abusos em nossos serviços, mas este é um desafio contínuo. Conforme aprimoramos as defesas em uma área, os criminosos mudam suas táticas e precisamos desenvolver novas respostas. Continuaremos trabalhando com pais, especialistas, colegas da indústria e com o Congresso para tentar melhorar a segurança das crianças, não apenas em nossos serviços, mas em toda a internet.
E isso também se aplica ao nosso trabalho em relação ao bem-estar e à saúde mental dos jovens. Continuaremos a realizar pesquisas internas, monitorar estudos externos e disponibilizar nossos dados para pesquisadores acadêmicos, além de desenvolver novas ferramentas e recursos que ofereçam a pais e adolescentes mais controle sobre suas experiências online. Estou ansioso para discutir essas questões importantes com vocês hoje.