Meta

Trazendo o futuro para o foco

Andrew Bosworth, CTO da Meta e Head do Reality Labs

Se você assistiu ao Meta Quest Gaming Showcase de ontem, pôde conferir uma prévia de um dos melhores jogos de realidade virtual (VR) já criados. O Asgard’s Wrath 2 está incrivelmente bom, e é um lembrete do quão longe nosso setor chegou nos últimos anos. Quando o Asgard’s Wrath original foi lançado em 2019, parecia um ponto de virada para os jogos de VR – os gráficos eram incríveis, a escala do mundo era grandiosa, a física e a jogabilidade eram diferenciadas. Mas o número de pessoas que puderam realmente experimentar o jogo foi moderado pelas limitações da tecnologia de VR na época.

Isso porque, há quatro anos, era necessário ter um PC para jogos – relativamente caro – conectado ao headset para rodar jogos como esse, o que limitava bastante o número de pessoas que tinham acesso a essa experiência. Portanto, é uma ótima notícia ver que, apenas alguns anos depois, uma sequência maior e melhor em todos os sentidos está sendo lançada no Meta Quest 2 e no futuro Quest 3, nossa linha de dispositivos independentes de VR. O tipo de experiência que antes só era possível vivenciar usando um poderoso equipamento para jogos em combinação com um headset, agora funciona apenas com o headset, tornando-as acessíveis para muito mais pessoas e muito mais divertidas de jogar.

Este parece ser o momento certo para refletir não apenas sobre o quanto nosso setor avançou, mas também sobre o motivo das coisas estarem prestes a acelerar mais uma vez. Há apenas dez anos, o Oculus Rift DK1 deu início à era moderna da VR, proporcionando aos desenvolvedores e aos usuários iniciais o primeiro vislumbre do futuro. A tecnologia deu seu próximo salto em 2019 com o Meta Quest, o primeiro dispositivo independente capaz de fazer tudo sozinho – sem a necessidade de fios ou PC conectado, apenas um headset que faz tudo isso instantaneamente.

Isso preparou o cenário para que milhões de pessoas descobrissem o poder da VR pela primeira vez e se tornou o padrão para os dispositivos de VR do mercado. Como anunciamos ontem, o Meta Quest 3 é a próxima etapa dessa jornada. Mas também é o início de algo novo.

O QUE VEM A SEGUIR

O que é tão empolgante em 2023 é que, depois de uma década de progresso após o lançamento do Rift, a próxima era dessa tecnologia está entrando em foco. Não só a VR dará outro salto em termos de hardware e conteúdo este ano, mas ainda mais pessoas também poderão experimentar como nunca uma forma inicial de realidade aumentada (AR) em seus headsets de VR. Os chamados headsets de realidade mista (MR), como o Meta Quest 3, que será lançado no final deste ano, vão adicionar uma nova camada aos dispositivos de VR, permitindo que eles combinem os mundos físico e digital de uma forma que simplesmente não é possível nos smartphones e PCs atuais.

O surgimento da realidade mista (MR), é um marco inicial de uma das maiores mudanças que provavelmente ocorrerão na computação em nossas vidas. Desde a invenção dos primeiros PCs, nossas interações digitais estão contidas em telas que nos obrigam a escolher entre nossos dispositivos e nosso ambiente. Podemos ver essa barreira se dissolvendo com o passar do tempo, pois a tecnologia de realidade aumentada (AR) nos permite simplesmente aprimorar o mundo ao nosso redor e permanecer completamente presentes. Acreditamos que essa será a base de um novo tipo de plataforma de computação tão revolucionária quanto o próprio PC.

Ontem, compartilhamos os primeiros detalhes do Meta Quest 3, que conta com a tecnologia Meta Reality, um conjunto de hardware e software que capacita a próxima geração de experiências de realidade mista (MR). Em seu nível mais básico, a MR permite que você veja o mundo ao seu redor dentro do headset e o sobreponha com objetos digitais. A Meta Reality expande este recurso ao permitir que um headset compreenda seu espaço, crie representações digitais precisas dele e reconheça e responda a objetos nesse espaço. A tecnologia também permite que você interaja com esse ambiente físico e virtual combinado de forma natural e contínua.

Lançamos a Meta Reality no Quest Pro em 2022, oferecendo aos desenvolvedores e aos usuários iniciais acesso à esta tecnologia pela primeira vez. Agora ela está chegando ao Quest 3, onde todos os aspectos do dispositivo, desde os sensores e monitores até o sistema operacional, os controladores e o software, foram desenvolvidos desde o início para fazer a Meta Reality brilhar.

MÃOS 

Essa não é a única evolução na próxima geração de dispositivos. Também estamos presenciando os primeiros passos de um paradigma de interação muito mais natural para a computação. Desde que lançamos o rastreamento de mãos no Meta Quest, em 2019, isso tem proporcionado às pessoas a capacidade de usar as mãos na realidade virtual (VR) da mesma forma como fariam em qualquer outro lugar, de maneiras que vão além do simples tocar os dedos em uma tela. Isso não apenas torna os dispositivos mais fáceis e intuitivos de usar, mas também desbloqueia totalmente novos tipos de experiências.

As plataformas de computação combinam maneiras de fornecer e obter informações ao usuário, e toda grande mudança de plataforma nos últimos 50 anos veio acompanhada de novas maneiras de interagir com a máquina. Um novo paradigma de exibição vem geralmente acompanhado de uma nova forma de entrada. Com o smartphone, foi a tela sensível ao toque. Na realidade virtual (VR), significa usar as mãos. Controladores especializados ainda são uma ferramenta poderosa, assim como por décadas têm sido nos PCs e consoles de jogos. Mas quanto mais pudermos fazer apenas com as mãos, mais acessíveis nossos dispositivos se tornarão para mais pessoas.

O rastreamento das mãos dará mais um passo à frente no Meta Quest 3. Já vimos como essa tecnologia pode ajudar as pessoas a serem mais criativas e expressivas, a jogar tipos de jogos totalmente novos que não são possíveis em nenhum outro lugar e a controlar seus dispositivos de maneira muito mais natural e intuitiva. Aplicativos como Hand Physics Lab estão mostrando como essa nova forma de interagir com um computador, combinada com o poder da realidade mista, pode nos ajudar a combinar os mundos físico e digital de maneiras inéditas.

 MOMENTUM

À medida que o ecossistema de realidade virtual ganha tração e é impulsionado pelas novas possibilidades da realidade mista, desenvolvedores e usuários saem como os grandes vencedores, já que podem aproveitar tudo o que esse espaço tem a oferecer. Já vimos fortes sinais do valor que pode ser criado na realidade virtual: comunidades incrivelmente apaixonadas se formaram em torno de temas como jogos e exercícios em VR. As conexões feitas em espaços sociais imersivos estão se tornando uma nova forma poderosa de rede social. O valor que as pessoas podem encontrar nos dispositivos de realidade virtual da geração atual é claro pelos números: mais da metade de todas as pessoas que usam um Meta Quest todos os dias passam mais de uma hora usando o headset.

Os desenvolvedores que trabalham em VR também estão obtendo resultados impressionantes. Ano passado, quando o Among Us VR foi lançado, mais de um milhão de unidades foram vendidas nas primeiras dez semanas, e desde então, o número de títulos na loja Meta Quest que geraram mais de $25 milhões em receita dobrou.

E o valor dessa nova geração de experiências imersivas vai muito além das nossas plataformas e da própria realidade virtual. Qualquer pessoa que preste atenção em como os jovens utilizam a internet hoje em dia sabe que alguns dos exemplos mais cativantes de mundos virtuais e construção de universos estão em plataformas altamente bem-sucedidas como Roblox, Fortnite e Minecraft, que atraíram centenas de milhões de pessoas.

Uma geração inteira está crescendo nativa desses ambientes de mundo virtual, assim como gerações anteriores cresceram com sites e smartphones. Até mesmo a maneira como as pessoas expressam sua identidade virtual passou por uma mudança significativa nos últimos anos, indo além de fotos de perfil e biografias para avatares incorporados e roupas digitais. Uma pesquisa realizada pela Roblox no ano passado constatou que quase 3/4 dos jovens da Geração Z nos Estados Unidos afirmaram que gastarão dinheiro em moda digital, e 70% se inspiram na maneira como vestem seus avatares para se vestir no mundo físico.

As plataformas da Meta desempenharam muitas vezes um papel importante nesse tipo de mudança ao longo de nossa história, desde o surgimento dos perfis sociais até a transição para os bate-papos em grupo. Hoje em dia, vemos isso acontecer novamente e recentemente comemoramos a criação de um bilhão de avatares em todas as nossas plataformas. Quando vistos como um todo, tais tendências se tornam sinais importantes e nos dão confiança no potencial de longo prazo do metaverso.

A REVOLUÇÃO DA IA

Somando-se a tudo isso está a revolução da IA, que tem ganhado forma nos últimos anos e que deve acelerar muito pela frente. A aprendizagem de máquina tem sido uma tecnologia fundamental em produtos de realidade virtual há muitos anos, e foram os avanços na visão computacional que tornaram possíveis dispositivos como o Meta Quest.

A IA está presente em todos os sistemas de VR modernos, até mesmo em lugares que a maioria das pessoas não esperaria, como nos próximos controladores Touch Plus da Meta Quest 3. Eles não terão os grandes anéis de rastreamento que se tornaram comuns na maioria dos outros dispositivos. Em vez disso, um modelo de IA de ponta pode estimar com precisão a posição deles no espaço 3D, eliminando a necessidade dos anéis de rastreamento.

Esses são os tipos de situações em que a IA permite realizar processamentos computacionais intensivos, que seriam impossíveis em um dispositivo móvel sem sensores avançados nem recursos de hardware adicionais. No caso dos controladores, o resultado é um acessório mais elegante e versátil, que proporciona uma sensação muito mais natural nas mãos. No entanto, esse avanço vai além dos controladores, e estamos observando esse tipo de progresso habilitado pela IA em todas as equipes de hardware e software. 

Porém, com os avanços mais recentes em sistemas de IA que podem tanto entender quanto gerar conteúdo, o maior impacto da IA no metaverso provavelmente será em como ela torna a criação e a expressão tão fáceis em 3D quanto são hoje em 2D. Na Meta, vimos em primeira mão o quão valiosa uma mudança como essa pode ser. Bilhões de pessoas usam plataformas como o Facebook e o Instagram todos os dias porque elas possibilitam que todos se expressem online – o sucesso de uma tecnologia social está diretamente ligado à forma como ela democratiza a expressão e a criação.

Assim, da mesma forma que o Instagram ajudou qualquer pessoa a ser um criador, queremos que as ferramentas de IA generativa igualem o campo de atuação no metaverso. E elas não apenas aumentarão o poder dos criadores individuais, mas também atuarão como um multiplicador de força para os desenvolvedores, acelerando a inovação em todos os setores e dando às pequenas equipes a potência dos grandes estúdios.

Este é um momento incrivelmente empolgante para se trabalhar com novas tecnologias, e o progresso que vimos na última década reforçou nosso compromisso de continuar construindo para o futuro. O mais empolgante de tudo isso é que, embora nossa visão completa do metaverso seja algo que esperamos que tome forma na próxima década, todas as principais tecnologias sobre as quais falei aqui podem ser experimentadas agora mesmo e estão em um caminho de rápido aprimoramento.

Mais uma vez, estamos vendo os frutos de anos de investimento em tecnologias emergentes, como fizemos tantas vezes no passado. E com todas as coisas que serão lançadas este ano, 2023 está se preparando para ser um ano em que o futuro mais uma vez entrará em foco.



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