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O próximo grande desafio da conectividade: Construindo redes prontas para o metaverso

Dan Rabinovitsj, vice-presidente de Conectividade da Meta

 

  • O movimento para o metaverso é uma oportunidade sem precedentes para a indústria da conectividade; precisa ser construído com base na abertura da indústria e interoperabilidade e ser acessível para o maior número de pessoas possível.
  • Para tornar o metaverso uma realidade será necessário avanços significativos em latência, banda simétrica e velocidade geral das redes.
  • Nenhuma empresa ou indústria consegue fazer isso sozinha. Criar o metaverso exigirá um esforço global e nós convidamos parceiros para colaborar conosco nesta nova jornada.

A indústria da conectividade passou a última década focada em criar a infraestrutura necessária para ajudar bilhões de pessoas a se conectarem pela primeira vez a uma internet móvel. Esse trabalho rendeu muitas das tecnologias transformadoras do mundo de hoje – de trabalho remoto e ensino à distância a entretenimento por streaming e jogos online.

Agora, assim como o cenário das telecomunicações do final dos anos 2000 se transformou para dar suporte à explosão dos smartphones e aplicativos móveis, há uma nova oportunidade para a indústria no horizonte à medida que construímos o metaverso e a nova geração de dispositivos que o utilizarão. O próximo grande desafio da conectividade está surgindo: reimaginar a infraestrutura de rede para apoiar as plataformas de computação do futuro.

Durante a próxima década, esperamos que o metaverso alcance um bilhão de pessoas em todo o mundo, receba centenas de bilhões de dólares oriundos de comércio digital e sustente milhões de empregos para criadores e desenvolvedores. Essa oportunidade exige melhorias e mudanças fundamentais na capacidade e na forma de como as redes são arquitetadas e implantadas, bem como a colaboração em toda a indústria – de empresas de tecnologia a operadoras móveis, provedores de serviços, legisladores e outros – para se preparar para o metaverso.

O que o metaverso irá exigir?

O metaverso permitirá que participantes geograficamente distantes desfrutem de experiências realistas que misturem perfeitamente conteúdos virtuais no mundo físico de um usuário e possibilite a eles sentirem-se mais conectados entre si. Para proporcionar tal experiência serão necessárias inovações em campos como renderização híbrida local/remota em tempo real, compressão de vídeo, computação de borda e visibilidade cruzada, bem como defesa do espectro, trabalho de preparação do metaverso da conectividade futura e padrões de celulares, otimização de rede, latência melhorada entre dispositivos e dentro de redes de acesso por rádio (RANs), e mais.

Nos próximos anos, em conjunto aos nossos parceiros da indústria, a Meta planeja construir diversos protótipos para compreender e inovar totalmente nesta interação complexa de sistemas. Mas, enquanto isso, podemos ilustrar os desafios de conectividade que temos pela frente, projetando a partir de produtos que existem hoje.

Considere a interatividade. Para uma experiência de “estar lá” verdadeiramente, é muito importante que os elementos gráficos dos mundos de realidade mista imersiva se atualizem rapidamente em resposta à forma como as pessoas estão interagindo com eles. As aplicações sensíveis à latência atual, como videochamadas e jogos em nuvem, têm que atender a uma latência de tempo de ida e volta de 75-150 ms, e isto poderia até abaixar para 30 ms no caso de jogos complexos para vários jogadores. Mas em um headset com tela de realidade mista, onde os gráficos precisam ser renderizados em resposta ao local onde alguém está focalizando seus olhos, as coisas terão que se mover em uma ordem de magnitude mais rápida – para ms de um a dois dígitos simples ou baixos.

A renderização local em tempo real poderia possibilitar chegar nessas restrições de latência tão rígidas. Mas esse processo exige que o mundo virtual, com todos os seus efeitos e avatares, seja baixado antes que a experiência possa ser consumida. Para cenas complexas com muitos avatares, isto poderia levar várias horas para ser baixado utilizando as redes atuais. Esperamos que a renderização remota em nuvem de borda, ou alguma forma híbrida entre renderização local e remota, desempenhe um papel maior nos próximos anos. Uma vez permitida, a renderização remota exigirá que as redes fixas e móveis sejam redesenhadas para criarem recursos computacionais a uma distância contínua para os usuários finais.

A transmissão imersiva de vídeos é um outro lugar onde as lacunas são claras. Transmitir um vídeo de 720p em uma tela padrão de smartphone requer 1,3-1,6 Mbps de downlink, e, em um aparelho mantido à distância de um braço, 720p são suficientes para alcançarem a resolução da retina humana. Mas em uma tela de headset, a apenas alguns centímetros dos olhos, as resoluções da retina precisarão ter muitas ordens de magnitude maiores, acima das resoluções de 4K. A solução deste problema exigirá inovações em toda a pilha de hardware e software, bem como melhorias revolucionárias no rendimento da rede.

Novas oportunidades de colaboração

Na última década, a Meta investiu bilhões em parceria com empresas de telecomunicações, OEMs, gestores de políticas públicas e a indústria em geral para melhorar a conectividade no mundo. Desde esforços abertos e colaborativos contínuos, como o projeto Telecom Infra Project (TIP), trabalhos em prol da área em nível local e internacional e com a Wi-Fi Alliance; até tecnologias como Magma, uma plataforma de software de código aberto que ajuda as operadoras a implantar redes móveis e cabos submarinos, temos visto os benefícios de colaborações em toda a indústria para trazer o mundo online para uma internet mais rápida. Inclusive, anunciamos hoje que nossos investimentos em cabos submarinos na Europa e na região da Ásia-Pacífico (APAC) têm o potencial de contribuir com mais de meio trilhão de dólares em produto interno bruto adicional até 2025. Somente em APAC, espera-se que esses esforços criem até 3,7 milhões de novos empregos.

Uma oportunidade similar aguarda a próxima geração de redes prontas para o metaverso. A necessidade de fornecer simultaneamente velocidades aprimoradas, latência ultra-baixa e uniforme colocará à prova tanto as redes fixas quanto as móveis. E a realização destes benchmarks exigirá otimização em camadas e em domínios cruzados.

Por exemplo, nas redes atuais, os protocolos e algoritmos que operam na camada de aplicação – tais como rate control loops adaptativos para transmissão de vídeo – não têm acesso a métricas sobre a qualidade do link e o congestionamento da camada física. Da mesma forma, os protocolos para otimizar o congestionamento de tráfego são, na maioria das vezes, independentes uns dos outros, sendo alguns manuseados por provedores de conteúdo e outros por operadores de rede. Acreditamos que há uma oportunidade em gerar ganhos significativos ao mudar para um tipo de otimização em silo e em direção a interfaces abertas para compartilhar métricas entre as camadas OSI, bem como domínios de rede.

Como colaboramos com o setor, há também a necessidade de definir uma estrutura comum de como medir e avaliar a prontidão para casos de uso do metaverso em diferentes níveis de intensidade. Por exemplo, a fim de alinhar a definição de uma rede de ponta a ponta altamente capaz em toda a indústria, precisamos desenvolver métricas comuns de qualidade de experiência e o papel que elas desempenham na avaliação das capacidades da rede, e correlacionar a relação entre métricas de qualidade de serviço de rede com métricas de qualidade de experiência de usuário. Na MWC, planejamos colaborar com a TIP e outros parceiros para definir os requisitos de desempenho para entregar grandes experiências para consumidores finais no metaverso.

Colaborando com a indústria para alimentar a inovação do ecossistema

Estamos animados em formar novas parcerias em todo o ecossistema de telecomunicação para enfrentar os desafios no caminho para o metaverso.

Hoje, na MWC Barcelona, estamos anunciando que a Meta está trabalhando com a Telefónica para estabelecer um Centro de Inovação do Metaverso (Metaverse Innovation Hub) em Madri para ajudar a acelerar a rede do metaverso e a rapidez dos dispositivos por meio de testes, entre outros. Por meio do Centro de Inovação do Metaverso, a Telefónica e a Meta planejam oferecer às startups e desenvolvedores locais acesso a um laboratório pioneiro de 5G, onde eles poderão utilizar uma plataforma de teste do metaverso de ponta a ponta na rede de infraestrutura e equipamento da Meta e da Telefónica, bem como se beneficiar do ecossistema aberto de inovação e do centro de recursos de inovação e talento da Telefónica e do suporte de engenharia, ferramentas e recursos da Meta.

Um novo começo e um novo futuro

Não há mágica quando se fala nos desafios de conectividade levantados pelo empurrão do setor em direção ao metaverso. A superação desses desafios exigirá um esforço global que nenhuma empresa, ou mesmo indústria, é capaz de sustentar por si só. Mas a lição da era móvel, que trouxe internet rápida e confiável para bilhões de pessoas, mostra como a indústria da conectividade pode ser poderosa quando se trabalha em conjunto para servir o mundo.

Na MWC 2022 iremos promover uma discussão no setor, em colaboração com a TIP, sobre como identificar e caracterizar a interação entre a dinâmica da rede e sua utilização. Durante a sessão, vamos nos engajar com a indústria para construir um case do desenvolvimento de uma estrutura canônica de avaliação da rapidez, fundamentando a discussão em maneiras de tornar as redes e aplicações mais conscientes em suas respectivas capacidades. Para mais informações, visite https://tipbirdsofafeather2022.splashthat.com/.



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