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O que nossas pesquisas realmente dizem sobre bem-estar de adolescentes e Instagram

Atualização em 29 de setembro de 2021: Hoje entregamos ao Congresso Americano os dois documentos de apresentação completos das pesquisas que foram o principal foco do jornal The Wall Street Journal ao distorcerem pesquisas internas do Instagram sobre adolescentes e bem-estar. Adicionamos anotações a cada slide que fornecem mais contexto, porque esse tipo de pesquisa é projetada para informar conversas internas e os documentos foram criados e utilizados por pessoas que entendiam as limitações da pesquisa. Agora, estamos apresentando publicamente esses dois documentos e suas anotações.

Adolescentes e Instagram: apresentação com anotações 1
Adolescentes e Instagram: apresentação com anotações 2

Originalmente publicado em 26 de setembro de 2021:

Antes da presença da Head Global de Segurança do Facebook, Antigone Davis, perante um Subcomitê de Comércio do Senado dos Estados Unidos na quinta-feira, queremos ser claros sobre o que a pesquisa recentemente descrita pelo The Wall Street Journal mostra e o que não mostra.

Simplesmente não é correto dizer que a pesquisa demonstra que o Instagram é “tóxico” para meninas adolescentes. A pesquisa demonstrou, na verdade, que muitos adolescentes ouvidos sentiram que usar o Instagram os ajuda quando estão passando por momentos difíceis e problemas comuns dessa fase da vida. De fato, em 11 das 12 áreas mencionadas no slide citado pelo The Wall Street Journal – que incluem áreas sérias como solidão, ansiedade, tristeza e problemas alimentares -, mais adolescentes que passaram por esses problemas disseram que o Instagram tornou esses momentos difíceis melhores, em vez de piores. Imagem corporal foi a única área em que meninas adolescentes que relataram já ter problemas relacionados disseram que o Instagram ajudou a piorar, comparado com outras 11 áreas. Mas, também, a maioria das adolescentes que teve problemas de imagem corporal disse que o Instagram ou ajudou a melhorar ou não teve impacto. Vamos entrar em mais detalhes abaixo sobre os pontos da pesquisa explorados pelo The Wall Street Journal.

Além de contextualizar descobertas específicas, é fundamental deixar clara a natureza dessa pesquisa. Essa pesquisa, que em parte contou com a contribuição de apenas 40 adolescentes, foi projetada para informar conversas internas sobre as percepções mais negativas de adolescentes sobre o Instagram. Não mediu relações causais entre o Instagram e problemas do mundo real. Esses documentos também foram criados para e usados por pessoas que entenderam as limitações da pesquisa, motivo pelo qual elas ocasionalmente usam linguagem simplificada, especialmente nos títulos, e não fazem ressalvas em cada slide.

Estudar questões sociais importantes como essas e o que as impacta é um trabalho complexo e repleto de nuances. A reportagem do The Wall Street Journal insinua que estávamos escondendo essa pesquisa e que os resultados são surpreendentes, o que não é correto. Não apenas já temos falado sobre os pontos fortes e fracos das redes sociais com relação a bem-estar publicamente por mais de uma década, como pesquisadores externos também já o fizeram. Por exemplo, uma pesquisa e entrevistas conduzidas por Harvard constatou que os adolescentes viam as redes sociais “predominantemente” de forma positiva, embora tenham reportado impactos positivos e negativos em suas relações sociais e auto expressão. Segundo  pesquisa da Pew Internet, a maior parte dos adolescentes credita acontecimentos positivos às redes sociais, 81% disse que elas os ajudam a gerar conexões, embora outros também destacaram os impactos negativos, como os 43% que disseram sentirem-se pressionados a postar conteúdo que os faça “parecer bem” aos olhos alheios.    

Nossa pesquisa interna é parte do nosso esforço para minimizar o que há de ruim em nossas plataformas e maximizar o que há de bom. Investimos nessa pesquisa para identificar proativamente onde podemos melhorar – em razão disso, os piores resultados possíveis são destacados na apresentação interna. Porém, o mais importante dessa pesquisa é o que fizemos com ela. Temos um longo histórico de uso de nossas pesquisas, bem como estudos externos e estreita colaboração com nosso Conselho Consultivo de Segurança, Youth Advisors , além de outros especialistas e organizações, para informar mudanças em nossos aplicativos e fornecer recursos para as pessoas que os usam. Por exemplo, no Instagram: 

Abaixo, comparamos o que o The Wall Street Journal disse com o que a pesquisa revelou:

WSJ disse: “Repetidamente, os pesquisadores da empresa concluíram que o Instagram é prejudicial para um percentual considerável deles (jovens usuários), mais notavelmente para meninas adolescentes. ‘Tornamos as questões de imagem corporal piores para uma em cada três adolescentes meninas’, dizia um slide de 2019, resumindo a pesquisa sobre meninas adolescentes que vivenciam esses problemas.”  

O que os dados mostram: O slide em questão, não publicado pelo Wall Street Journal na reportagem e que estamos divulgando abaixo, mostra que o Instagram ajuda muitos adolescentes a lidar com algumas das mais difíceis questões que vivem. Em 11 de 12 questões presentes nos slides mencionados pelo jornal, que abordavam problemas alimentares, solidão, ansiedade e tristeza, meninas adolescentes que afirmaram viver esses desafios eram mais propensas a dizer que o Instagram melhorava essas questões, em vez de piorá-las. A única exceção era imagem corporal. Embora o título do slide interno não dissesse explicitamente, a pesquisa mostra que uma em três dessas meninas adolescentes que disseram enfrentar questões relacionadas à imagem corporal reportaram que usar o Instagram fazia sentirem-se piores – e não uma a cada três do total de adolescentes meninas. Esta é uma diferenciação importante que não está explícita na reportagem do The Wall Street Journal. E, entre as mesmas meninas que disseram sofrer com questões relacionadas à imagem corporal, 22% disseram que usar o Instagram fazia sentirem-se melhor em relação às suas questões com imagem corporal e 45,5% disseram que o Instagram não tornou nem pior, nem melhor (sem impacto).

WSJ disse: “Os meninos adolescentes não estão imunes. No mergulho aprofundado que os pesquisadores do Facebook conduziram sobre saúde mental em 2019, eles descobriram que 14% dos meninos nos Estados Unidos disseram que o Instagram os fazia se sentir pior sobre si mesmos. Em seu relatório sobre imagem corporal em 2020, os pesquisadores do Facebook descobriram que 40% dos meninos adolescentes vivenciam comparação social negativa.”

O que os dados mostram: O que o estudo também disse foi que 50% dos adolescentes nos Estados Unidos e 36% dos adolescentes no Reino Unido (que usam Instagram e responderam uma pesquisa) disseram se sentirem melhor com eles mesmos depois de usar o Instagram, incluindo 18% dos adolescentes nos Estados Unidos dizendo que se sentiram “muito melhor”. Na verdade, em 12 das 12 questões presentes no slide mencionado acima – como questões alimentares, solidão, ansiedade e tristeza -, os adolescentes que disseram ter passado por alguns desses desafios eram mais propensos a dizer que o Instagram tornou essas questões melhores vs. piores.

WSJ disse: “Os adolescentes culpam o Instagram pelo aumento da taxa de ansiedade e depressão”, disse outro slide. “Esta reação foi espontânea e consistente em todos os grupos”.

O que os dados mostram: Essas descobertas vêm de um conjunto de grupos focais com uma pequena amostra de 40 usuários adolescentes do Instagram nos Estados Unidos e no Reino Unido que lutam com a imagem corporal, autoestima, humor negativo e/ou outros problemas. O que o The Wall Street Journal deixou de fora foi uma outra descoberta importante parte do mesmo estudo: que os mesmos usuários adolescentes dizem que os efeitos gerais do Instagram são positivos para eles. Além disso, com base na pesquisa que o jornal deixou de fora, 8 em cada 10 adolescentes norte-americanos que usam o Instagram e responderam a uma pesquisa disseram que o Instagram os fez sentir melhor sobre si mesmos ou não teve nenhum efeito em como eles se sentem. Aqui estão alguns outros detalhes importantes sobre os slide acima:

WSJ disse: “Entre os adolescentes que reportaram ter pensamentos suicidas, 13% dos usuários britânicos e 6% dos norte-americanos relacionavam o desejo de se matar ao Instagram, mostrou uma apresentação.”

O que os dados mostram: Quando damos um passo para trás e analisamos o conjunto completo de dados, cerca de 1% de todo o grupo de adolescentes que participou da pesquisa disse que tinha pensamentos suicidas e que sentiam ter começado no Instagram”. É claro que uma pessoa que sinta isso já é muito. É por isso que temos investido tanto em apoio, recursos e intervenções para as pessoas que usam os nossos serviços. Além disso, uma parte da mesma pesquisa citada pelo jornal no slide acima mostra que 38% das meninas adolescentes que disseram sofrer com pensamentos suicidas e de automutilação disseram que o Instagram tornava essas questões melhores para elas, e 49% disse que não tinha impacto.  

WSJ disse: “Mas um crescente corpo de evidências do próprio Facebook mostra que o Instagram pode ser prejudicial para muitos. Em um estudo com adolescentes dos Estados Unidos e do Reino Unido, o Facebook descobriu que mais de 40% dos usuários do Instagram que reportaram se sentirem “pouco atraentes” disseram que a sensação começou no aplicativo. Cerca de um quarto dos adolescentes que reportaram sentirem-se “não bons o suficiente” disseram que a sensação começou no Instagram. Muitos também disseram que o aplicativo minava sua autoconfiança e a força de suas amizades.”

O que os dados mostram: Um dos estudos citados pelo The Wall Street Journal destaca que os adolescentes que usam Instagram nos Estados Unidos e no Reino Unido têm três vezes mais chances de dizer que o Instagram faz com que se sintam melhores em relação às suas vidas, em vez de piores. Esse é exatamente o motivo pelo qual investimos nessa pesquisa – e por termos feito esses investimentos, pudemos nos dedicar para trabalhar especificamente essas questões: para minimizar a parte ruim e maximizar a boa. Mas sugerir que o Instagram é tóxico para adolescentes é uma afirmação que simplesmente não está baseada em fatos.   

 

¹ Pesquisamos jovens a partir de 13 anos e perguntamos se eles tinham vivenciado uma série de problemas. Se eles diziam ter sofrido com um problema, perguntamos se o Instagram os fez sentir melhor, pior ou não teve impacto.
² De acordo com os dados brutos não ponderados, a pesquisa incluiu 1.296 adolescentes nos Estados Unidos e 1.309 adolescentes no Reino Unido, perguntando a eles se tinham vivenciado uma série de sentimentos ou experiências no último mês. Entre os que declararam ter tido pensamentos suicidas, perguntamos se os sentimentos tinham começado no Instagram. Um percentual muito pequeno do total de adolescentes pesquisados (cerca de 1%) disse que tinham tido esses pensamentos e que sentiam que eles começaram no Instagram.
³ A pesquisa mostra que 346 adolescentes nos Estados Unidos disseram que o Instagram fez com que eles se sentissem muito ou de certa forma melhor sobre suas vidas, enquanto 137 disseram que o Instagram os fez se sentirem pior ou de certa forma pior sobre suas vidas. Este gráfico demonstra que os adolescentes são mais propensos a perceber que o Instagram tem um impacto mais positivo sobre como eles se sentem sobre suas vidas do que não. Houve resultados semelhantes no Reino Unido.