Hoje, Mark Zuckerberg compartilhou uma atualização sobre o trabalho que estamos fazendo para nos preparar para as eleições de 2020 nos Estados Unidos e lutar contra a injustiça racial, que em grande parte é resultado de nossa auditoria de direitos civis.
Tradução do post de Mark Zuckerberg:
Há três semanas, me comprometi a revisar nossas políticas antes das eleições de 2020. Esse trabalho está em andamento, mas hoje quero compartilhar algumas novas políticas para conectar pessoas com informações oficiais sobre votação, evitar a supressão de eleitores e combater o discurso de ódio.
As eleições de 2020 já estavam começando a esquentar – e isso foi antes de todos nós enfrentarmos as complexidades adicionais de realizar a votação durante uma pandemia e dos protestos por justiça racial em todo o país. Durante esse momento, o Facebook tomará precauções extras para ajudar todos a permanecerem seguros, informados e, finalmente, a usarem suas vozes onde mais importa – votando.
Muitas das mudanças que estamos anunciando hoje vêm diretamente de feedbacks da comunidade de direitos civis e refletem meses de trabalho com nossos auditores de direitos civis, liderados pelas notáveis especialistas em direitos civis e liberdade, Laura W. Murphy e Megan Cacace, uma parceira do respeitado escritório de advocacia de direitos civis Relman & Colfax. O Facebook quer dar voz às pessoas – especialmente para aquelas que antes não tinham tanta voz ou poder para compartilhar suas experiências.
1. Fornecendo informações oficiais sobre a votação durante a pandemia
Na semana passada, anunciamos a maior campanha de informações sobre votação na história norte-americana, com o objetivo de ajudar 4 milhões de pessoas a se registrarem para votar. Como parte disso, estamos criando um Centro de Informações sobre Votação para compartilhar informações oficiais sobre como e quando você pode votar, inclusive sobre o registro de eleitores, votação por correio e votação antecipada. Durante uma pandemia em que as pessoas podem ter medo de participar da votação, compartilhar informações oficiais sobre a votação por correio será ainda mais importante. Mostraremos o Centro de Informações sobre Votação no topo dos aplicativos do Facebook e Instagram, nos próximos meses.
Em meio a COVID-19, também estamos focados em impedir novas formas potenciais de supressão de eleitores. Por exemplo, se alguém disser no dia da eleição que uma cidade foi identificada como um epicentro da COVID-19, isso seria reprimir os eleitores ou simplesmente compartilhar informações de saúde? Devido à dificuldade de julgar isso em grande escala, estamos adotando uma política de anexar um link ao nosso Centro de Informações sobre Votação para posts que discutem a votação, incluindo os de políticos. Não se trata de avaliar se as postagens são precisas, mas queremos que as pessoas tenham acesso a informações oficiais de qualquer forma.
2. Passos adicionais para combater a supressão de eleitores
Em 2018, atualizamos nossas políticas para banir qualquer conteúdo que engane as pessoas sobre quando ou como elas podem votar. Agora estamos estreitando essas políticas para refletir as realidades das eleições de 2020.
Como as campanhas de supressão de eleitores mais perigosas podem ser locais e realizadas nos dias imediatamente anteriores a uma eleição, usaremos nosso Centro de Operações Eleitorais para rapidamente responder e remover alegações falsas sobre condições de votação nas 72 horas que antecedem o dia das eleições. Aprendendo com a nossa experiência no combate à desinformação da COVID-19, faremos parceria e contaremos com as autoridades eleitorais estaduais para ajudar a determinar a veracidade das informações e o que é potencialmente perigoso. Sabemos que isso será um desafio na prática, pois os fatos podem ser incertos e não queremos remover informações corretas sobre os desafios que as pessoas estão enfrentando, mas estamos construindo nossa operação para poder responder rapidamente.
Também removeremos posts que façam alegações falsas, dizendo que agentes do ICE procuram documentos de imigração nos locais de votação, que é uma tática usada para desencorajar a votação. Também removeremos qualquer ameaça de interferência coordenada, como alguém dizendo “Meus amigos e eu faremos nosso próprio monitoramento das votações para garantir que apenas as pessoas certas votem”, o que pode ser usado para intimidar os eleitores. Continuaremos analisando nossas políticas de supressão de eleitores, como parte de nosso trabalho contínuo sobre o engajamento dos eleitores e justiça racial.
3. Criando um padrão superior para conteúdo de ódio nos anúncios
O estudo desta semana da UE mostrou que o Facebook age mais rapidamente e remove uma porcentagem maior de discursos de ódio em nossos serviços do que outras grandes plataformas de Internet, incluindo YouTube e Twitter. Investimos muito nos sistemas de inteligência artificial (IA) e nas equipes de revisão humana, e agora identificamos quase 90% do discurso de ódio que removemos, antes que alguém o denuncie. Também estabelecemos um padrão em nosso setor, publicando relatórios de transparência regulares para que as pessoas possam acompanhar nosso progresso. Continuaremos investindo neste trabalho e nos comprometendo com todos os recursos necessários para melhorar nossa abordagem.
Acreditamos que exista um interesse público em permitir uma gama maior de liberdade de expressão nos posts das pessoas do que nos anúncios pagos. Já restringimos certos tipos de conteúdo em anúncios que permitimos em posts regulares, mas queremos fazer mais para proibir o tipo de linguagem divisiva e inflamatória usada para semear discórdia. Hoje, estamos proibindo uma categoria mais ampla de conteúdo de ódio nos anúncios. Especificamente, estamos expandindo nossa política de anúncios para proibir alegações de que pessoas de uma raça, etnia, origem nacional, afiliação religiosa, casta, orientação sexual, identidade de gênero ou status de imigração sejam uma ameaça à segurança física, à saúde ou à sobrevivência de outras pessoas. Também estamos expandindo nossas políticas para proteger melhor os imigrantes, migrantes, refugiados e solicitantes de asilo de anúncios que sugerem que esses grupos são inferiores ou que expressam desprezo, rejeição ou desgosto direcionados a eles.
4. Rotulando conteúdo relevante
Algumas vezes por ano, mantemos conteúdo que violaria nossas políticas se o valor do interesse público não superasse o risco de danos. Frequentemente, ver o discurso de políticos é de interesse público e, da mesma forma que as agências de notícias relatam o que um político diz, achamos que as pessoas geralmente deveriam vê-lo por si próprias em nossas plataformas.
Em breve, começaremos a rotular parte do conteúdo que mantemos por ser considerado relevante para que as pessoas saibam quando é esse o caso. Permitiremos que as pessoas compartilhem esse conteúdo para condená-lo, assim como fazemos com outros conteúdos problemáticos, porque essa é uma parte importante de como discutimos o que é aceitável em nossa sociedade – mas adicionaremos uma mensagem para informar às pessoas que o conteúdo que eles estão compartilhando pode violar nossas políticas.
Para esclarecer um ponto: não há isenção por relevância a conteúdos que incitem a violência ou suprimam votação. Mesmo que um político ou funcionário do governo diga isso, se determinarmos que o conteúdo pode levar à violência ou privar as pessoas do seu direito de voto, retiraremos esse conteúdo. Da mesma forma, não há exceções para os políticos em nenhuma das políticas que estou anunciando aqui hoje.
No geral, as políticas que estamos implementando hoje são projetadas para lidar com a realidade dos desafios que os Estados Unidos estão enfrentando e como ela está se apresentando em toda a nossa comunidade. Estou comprometido em garantir que o Facebook continue sendo um lugar onde as pessoas possam usar sua voz para discutir questões importantes, porque acredito que podemos progredir mais quando ouvirmos uns aos outros. Mas eu também sou contra o ódio, ou qualquer coisa que incite a violência ou suprima votação, e estamos comprometidos em remover isso, não importa de onde venha.
Continuamos a revisar nossas políticas e seguiremos trabalhando com especialistas externos e organizações de direitos civis para ajustar nossa abordagem à medida que novos riscos surjam. Estou otimista de que podemos progredir na saúde pública e na justiça racial, mantendo nossas tradições democráticas em torno da liberdade de expressão e votação. Estou comprometido em garantir que o Facebook seja uma força para o bem nessa jornada.